domingo, 27 de junho de 2010

Vicky Cristina Barcelona


Não sou fã de carteirinha do Woody Allen, visto que alguns filmes dele eu acabo gostando, de outros eu simplesmente não consigo gostar. Fiquei contente em constatar que esse é um dos do primeiro grupo.

Usando e abusando dos cenários espanhóis como plano de fundo, ele conseguiu trazer um charme a mais para uma história que consegue fugir um pouco do comum. Não deixa de ser um filme dentro do estilo "idas e vindas e confusões de relacionamento" já típicos de Allen, mas alguns ingredientes deram um tempero de novidade à velha fórmula. A ambientção espanhola, a presença dos ótimos Javier Bardem e Penélope Cruz, e a dinâmica das interações entre os personagens, que no roteiro ficam críveis e menos neuróticos (mesmo nos momentos de maior neurose) que o normal dos filmes mais emblemáticos do diretor.

A escolha das belas atrizes Rebecca Hall e Scarlett Johansson, respectivamente como Vicky e Cristina, também trouxe um ponto de qualidade ao filme. Ambas perfeitamente bem nos papéis, Rebecca como a aparentemente segura de si Vicky que tem suas certezas abaladas por uma paixão repentina, e Scarlett, iluminando a tela como sempre, no papel de uma eternamente insatisfeita Cristina, que mesmo diante do que poderia ser um amor para toda vida, acaba escolhendo a dúvida. Javier Bardem e Penélope Cruz completam o quarteto principal, como um ex-casal passional, que devido a intensas tempestades emocionais não consegue ficar junto nem tampouco deixar de se amar loucamente, mesmo após uma conturbada separação.

A chegada das americanas na vida desse ex-casal mostra que como quase tudo na vida, estamos a um passo sempre da perdição ou do paraiso, depende apenas do lado pra onde esse passo é dado. Misturado tudo isso, Woody Allen cozinhou uma bela Paella em forma de filme, que permite variadas leituras e nos brinda com boas performances, belas imagens e praticamente pede um vinho para ser melhor apreciado.

sábado, 12 de junho de 2010

Hachiko - Sempre a Seu Lado



Sempre fui meio avesso a filmes onde o foco é em animais. Me lembro bem de ter gostado de "O Corcel Negro" na infância. E num período ainda mais distante (velhice detected) fui fã da Lassie (lógico, em uma de suas reprises televisivas tardias) a ponto de querer ter um collie de qualquer maneira. Mas ainda assim, a enxurrada de filmes de Digbys, Benjis, e outros genéricos por todos os 80's minaram totalmente a minha paciência pra esse tipo de esforço cinematográfico.

Eis que passado muito tempo, tendo evitado bravamente vários filmes de 4 patas, até mesmo o tão falado e popular "Marley e Eu", acabei vendo um filme "de bicho". No caso esse "Hachiko". E não é que o filme foi bonzinho? Uma história simples, inspirada num fato real, onde a direção teve a esperta sacada de conduzir a trama através do cachorro, mas não deixar toda a responsabilidade de contar a história nos ombros dele, e colocando atores convincentes nos papéis de coadjuvantes ao canino.

Contando com um Richard Gere bastante correto no papel principal (humano, porque o ator principal do filme é o cachorro, mesmo), fazendo o papel de um professor de música que encontra o cachorro-título do fílme perdido na estação onde pega o trem que o leva e traz todos os dias do trabalho. Ele tenta devolver o filhote, que se extraviou da encomenda da qual fazia parte. Mas como ninguém tem idéia de onde veio nem para quem devesse ser entregue, acaba tomando conta da pequena e simpaticíssima bola de pelo... E como é normal nesses casos (até mesmo na vida real), o que era provisório acaba ficando definitivo.

Um bom filme, nada muito novo, mas uma bonita porém triste história. Aos que são de chorar em filmes, recomendo lenços à mão.