quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Quinze pra Meia-noite

© Colin Brough

É tanta coisa pra fazer
Tanta vida pra acertar
É pouco tempo pra viver
E um novo tempo a cavalgar

Mais rápido que me lembrava
Sou resquício de outra hora
Um tempo em que me chateava
Com o tempo e sua demora

E se passaram alguns verões
Os tempos quentes aumentaram
Mudaram músicas, estações
Meus sentidos se ampliaram
Passei a sentir paixões.

Meu coração pegou no tranco
Em uma época de intermédio
Caíram alguns barrancos,
Morei em casa, morei em prédio
E a memória deu um branco.
(Pela primeira vez, eu sei)

Hoje lembro de ruas onde andei
Com passos de ansiedade
Lembro de curvas arborizadas,
Da Praça da Liberdade,
De outonos belos e claros
De invernos, passeios de carro
Lembro do fim de uma dinastia
Do fim de um tempo que só existia
Ali, e naquele momento
Congelado naquele frio
Conservado naquele vento
Mas que sobrevive até hoje
Impresso em meu pensamento.

Publicado no Recanto das Letras em 02/02/2011

1 comentários:

Sempre me impressiona a sua versatilidade e profundidade nos textos. Pbs Odemilson. Bom final de semana.

Postar um comentário