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© Jonas Kussama |
A poder de música, consigo negociar alguns sorrisos internos e alguma satisfação um tanto diluída, mas ainda assim genuína. Procuro exercitar minha capacidade de alternar importâncias, e penso no cara que desmanchou o noivado perto do casamento. A noiva, tomada de assalto pelo ódio movido a essas paixões irracionais tão comuns em nosso tempo. Traçou um plano junto à madrasta e ao padrasto esse último um estereótipo ambulante, o típico policial-corrupto-carioca (tudo junto, por serem conceitos cada vez mais indissociáveis, infelizmente) a morte do rapaz. Ele escapou com vida, mas não antes de tornar-se um alvo móvel, e ganhar alguns buracos de bala pelo corpo. Há também o fato do rapaz ter sido mantido em cativeiro e apanhado durante sete horas. E de conseguir escapar, fugir, se jogar em um valão e fingir-se de morto.
Eis que de repente minha volta pra casa adquire novos ares, a música consegue animar meu espírito mais e mais, e até as plataformas de petróleo na baía adquirem os ares poéticos de uma singela letra de bossa nova. Tudo é uma questão de perspecitva, não é mesmo?
Publicado no Recanto das Letras em 23/09/2008
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