segunda-feira, 12 de março de 2012

Divagações

©Sxc.hu

Às vezes, é minha mente a divagar.
De vagar, de tanto vagar, ela cansa
Mesmo que vagueie devagar,
Mesmo quando a poesia a alcança,
O desânimo vem, e a faz hibernar

 Entra num ócio contido, um quase-sono
Um não-pensar desvalido de abrigo
Um morar em país estranho, sem patrono
É a mente a tropeçar, em território inimigo

Às vezes, é a vida e suas tragédias normais
Sejam más notícias, públicas ou privadas
Às vezes prejuízos, ou doenças mortais
Outras vezes, desilusões desamordaçadas

A mente flutua num âmbar cartilaginoso
Num pântano sutil de impressões a tirar
Uma selva implacável, habitat perigoso
E quase nenhum mapa para me guiar.

O segredo para sair, duramente aprendido
É ir pisando nas pedras que acaso encontrar
Mesmo que às vezes me suspeite perdido
Olha em torno, vê outra pedra onde possa pisar

Só se pisa na próxima, se mostrar-se segura
Firme, capaz de sustentar bem o peso
De nós, nossas vidas, dúvidas, amarguras
Pra seguirmos nosso caminho coeso
E partir de cada pedra, para trilhas futuras

E saindo dali, a mente descansa
Do repouso traz nova energia
Retoma um pouco do riso de criança
E abre espaço para a velha alegria.

1 comentários:

Expressando momentos, intensos... Sua sensibilidade vem expressa de muitas formas, eu gosto e aplaudo.
@sulains

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