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Às vezes o mundo nos encerra numa bolha, e ficamos tão
centrados em nossos assuntos que esquecemos de olhar pra fora. Vemos o mundo
através de nossas lentes, através das frágeis paredes de nossas bolhas, e
lutamos muito para impedir que estas bolhas estourem. E esse processo de
reflexão e procura em manter nossa cápsula de vida intacta e sem riscos nos
impede de ver muitas coisas que acontecem lá fora. Muitas vezes também ficamos
ofegantes dentro da bolha, embaçando sua transparência original e criando
distorções na forma de enxergarmos o mundo. Muitas vezes é comum vermos as
pessoas fazendo coisas que consideramos erradas, mas que nós mesmos também
fazemos. Muitas vezes, a bolha se embaça, e vemos alguém fazendo algo errado, e
criticamos. Só que em alguns casos, devido à visibilidade alterada dentro da
bolha, estamos vendo nosso próprio reflexo fazendo algo errado, e pensamos ser
outra pessoa.
Muitas vezes, preferimos por no mundo a culpa, ou a
responsabilidade por coisas que são reflexo direto da maneira como somos, como
agimos, como interagimos. Começo a acreditar que o mundo fora da bolha, cada
vez mais é um reflexo dos nossos medos, dos nossos defeitos, das nossas
idiossincrasias, das nossas imperfeições, nossos preconceitos e das
incapacidades que não aceitamos ter. Vamos seguindo imperfeitamente, e cada vez
mais, colocando defeitos no mundo. Projetando coisas ruins, acumulando apegos a
coisas desnecessárias, vivendo e revivendo sofrimentos, remoendo mágoas,
regurgitando de nos alimentando novamente de traumas do passado.
Quando as coisas se tornam mais claras, ao invés de procurar
entender o que se encontra dentro de nossas próprias bolhas, perpetuamos nossa
conduta errônea ao continuar repetindo os mesmos padrões de crítica, de
negação, de não aceitação e de desprezo ao que está lá fora, mas na maioria das
vezes, acontece exatamente da mesma maneira que aqui dentro também. Perdemos as
chances de encontrar aprendizado, crescimento, perdão, equilíbrio e
autoconhecimento. Agora, cada vez mais, só nos resta flutuar em nossas bolhas
de individualidade, torcendo para que não estourem com tanto peso que
carregamos dentro delas.
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